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Vasculite urticariforme hipocomplementémica
Definição da doença
Rara vasculite de pequenos vasos mediada por imunocomplexos caracterizada por urticária e hipocomplementémia (diminuição de C3, C4 e/ou C1q) e geralmente associada a autoanticorpos anti-C1q circulantes. Artrite, doença pulmonar, inflamação ocular são manifestações sistémicas comuns.
ORPHA:36412
Nível de Classificação: Patologia- Sinónimo(s):
- Síndrome Mac Duffie
- Síndrome McDuffie
- Vasculite anti-C1q
- Vasculite urticariforme hipocomplementémica Mac Duffie
- Prevalência: Desconhecido
- Hereditariedade: Autossómica recessiva ou Não aplicável
- Idade de início: Idade adulta, Infância
- CID-10: M31.8
- CID-11: 4A44.91
- OMIM: -
- UMLS: C0343206
- MeSH: -
- GARD: 6725
- MedDRA: -
Sumário
Epidemiologia
A prevalência é desconhecida e menos de 500 casos foram relatados na literatura. As mulheres são mais frequentemente afetadas do que os homens (relação mulher/homem de 8:1).
Descrição clínica
Os doentes habitualmente apresentam sintomas na quinta década de vida, apenas em casos raros foi descrito o seu início durante a infância. Os doentes apresentam erupções urticariformes generalizadas localizadas no tronco, extremidades proximais e face, frequentemente associadas a prurido ou dor e que persistem por mais de 24 horas, com hiperpigmentação após a resolução. O angioedema é comum e também pode ser um sintoma na apresentação. As manifestações cardiorrespiratórias incluem tosse, dispneia, derrame pleural e pericárdico e enfisema, com doença pulmonar obstrutiva crónica relatada em menos de 20% dos doentes. A doença renal está presente em 20 a 30% dos doentes e geralmente é ligeira com proteinúria e hematúria causadas por glomerulonefrite. A insuficiência renal e a insuficiência renal terminal foram descritas e o envolvimento renal tende a ser mais grave nas situações com início na infância. Outros achados sistémicos incluem sintomas gastrointestinais (dor abdominal, náusea, diarreia, vómito), manifestações musculoesqueléticas (artrite e artralgia transitória afetando mãos, cotovelos, joelhos, tornozelos e pés) e inflamação ocular (episclerite, uveíte e conjuntivite).
Etiologia
A vasculite urticariforme hipocomplementémica (VUH) geralmente ocorre de forma esporádica, no entanto, alguns casos familiares estão associados a mutações em DNSE1L3/(3p14.3). Na maioria dos casos, a etiologia é desconhecida, mas acredita-se que os autoanticorpos anti-C1q estejam envolvidos na patogénese da doença.
Métodos de diagnóstico
O diagnóstico requer a presença de dois critérios maiores (urticária recorrente por >3 meses e hipocomplementémia) e pelo menos dois critérios menores (vasculite leucocitoclástica na biópsia, artralgia e artrite, inflamação ocular, dor abdominal, glomerulonefrite e autoanticorpos anti-C1q positivos).
Diagnóstico diferencial
A relação do VUH com o lúpus eritematoso sistémico (LES) é complexa, com muitas características sobrepostas (manifestações do VUH estão presentes em 10% dos doentes com LES e 50% dos doentes com HUV serão posteriormente diagnosticados como portadores de LES). Outras síndromes como a crioglobulinémia mista e a síndrome Schnitzler devem ser excluídas.
Aconselhamento genético
O padrão de hereditariedade para os casos familiares associados a DNSE1L3 é autossómico recessivo. Recomenda-se o aconselhamento genético para famílias em risco.
Controlo da doença e tratamento
O tratamento requer terapêutica personalizado, cuja medicação inclui a colchicina, a dapsona, a hidroxicloroquina ou o uso de terapias mais agressivas, como corticosteroides e imunossupressores. Por exemplo, doentes com doença cutânea e artralgias, mas sem envolvimento de órgãos importantes, podem ser tratados com colchicina, hidroxicloroquina ou dapsona; por outro lado, os doentes com envolvimento de órgãos importantes, como no aparecimento de glomerulonefrite, podem necessitar de altas doses de corticosteroides e agentes citotóxicos semelhantes ao tratamento para LES ativo. A resposta ao tratamento geralmente é acompanhada por uma diminuição no título de anti-C1q circulante e normalização dos níveis de C3 e C4.
Prognóstico
O prognóstico para os doentes com VUH é variável e influenciado principalmente pela gravidade da doença pulmonar, cardíaca e renal rara. Quando presente, a doença pulmonar é a principal causa de morte. O edema agudo da laringe pode ser fatal.
Um resumo sobre esta doença está disponível em English (2021) Español (2021) Français (2021) Nederlands (2021) Deutsch (2013) Italiano (2013) Polski (2013, pdf)
Informação detalhada
Guidelines
- Orientações de prática clínica
- Deutsch (2013) - AWMF


Informação adicional