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Doença de Addison
Definição da doença
A doença de Addison (AD) é uma doença endócrina rara e crónica resultante da destruição auto-imune do córtex da supra-renal, resultando num défice de glico e mineralocorticóides. Em termos restritos a AD designa a adrenalite auto-imune, mas é também um termo frequentemente usado para descrever qualquer forma de insuficiência supra-renal primária crónica (CPAI; ver este termo).
ORPHA:85138
Nível de Classificação: PatologiaSumário
Epidemiologia
A prevalência da AD é 1/9.000-1/6.900 nos países ocidentais.
Descrição clínica
O pico da incidência da doença ronda os 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. Apresenta-se de forma insidiosa, com sintomas inespecíficos que podem ser confundidos com outras doenças mais prevalentes. As manifestações mais comuns incluem fadiga, perda de energia, mal-estar geral, perda de peso, náuseas, anorexia, (atraso de crescimento nas crianças) e dores musculares e articulares. A pigmentação da pele e das mucosas (com escurecimento da pele, especialmente nas pregas palmares e articulares, cicatrizes, mucosa oral e locais de atrito) é um sinal cardinal de AD. Os sintomas de hipotensão postural e hipoglicemia são manifestações tardias. Os doentes podem também apresentar impulso para a ingestão de sal. O vitiligo e alopecia areata estão frequentemente presentes. A AD também provoca deficiência de dehidroepiandrosterona o que pode causar sintomas adicionais observáveis apenas nas mulheres como perda de pêlos pubianos/axilares, ausência da pubarca nas crianças, diminuição da líbido e pele seca. A insuficiência supra-renal primária aguda (AAI ; ver este termo ), também chamada de crise supra-renal, é uma emergência médica potencialmente mortal e pode ocorrer se o tratamento não for seguido rigorosamente ou durante uma doença aguda concomitante.
Etiologia
A AD resulta da destruição auto-imune do córtex da supra-renal e pode ser isolada ou pode fazer parte de uma síndrome auto-imune (síndrome poliendocrina auto-imune tipo 1, 2 ou 4, ver esses termos).
Métodos de diagnóstico
Para o diagnóstico da AD é necessário exames bioquímicos com avaliação dos níveis sanguíneos matinais do cortisol e da hormona adrenocorticotrófica (ACTH). A concentração da ACTH no plasma é muito elevada nos indivíduos com AD (> 22 pmol/L) e o cortisol sérico é variável, mas geralmente baixo (<83 nmol/L). Um teste de estimulação que permita observar a resposta do cortisol à ACTH exógena é uma ferramenta útil para confirmar o diagnóstico. Em indivíduos saudáveis, as concentrações de cortisol sérico aumentam (> 500 nmol/L) após a administração da ACTH exógena, o que não acontece nos doentes com AD. Os níveis elevados de ACTH plasmático confirmam o diagnóstico da AD.
Diagnóstico diferencial
A insuficiência supra-renal secundária deve ser descartada. Alguns diagnósticos diferenciais incluem tumores hipofisários, hipofisite linfocítica, tuberculose e sarcoidose hipofisária. Doenças infiltrativas e outras causas de CPAI devem ser excluídas, incluindo a tuberculose (ver este termo), infecções fúngicas e infecções oportunistas associadas à SIDA. Doenças genéticas, tumores e tratamento com certos medicamentos são outras causas menos comuns de CPAI.
Controlo da doença e tratamento
O tratamento é para toda a vida e requer gestão por uma equipa multidisciplinar. A reposição de glicocorticóides com hidrocortisona oral (10 a 25 mg por dia dividido em 2 a 3 doses) é administrada para imitar os padrões fisiológicos de secreção de cortisol. A fludrocortisona oral é administrada para substituir as hormonas mineralocorticóides. A substituição de dehidroepiandrosterona é opcional. As dosagens de glicocorticóides devem ser ajustadas durante períodos de stress para prevenir a AAI. A dose de hidrocortisona é mantida com base na avaliação e resposta clínica, tendo em conta o bem-estar do doente e a presença de sinais de sobre ou subdosagem. Uma avaliação da actividade da renina plasmática é útil para otimizar a dose de fludrocortisona. O crescimento e desenvolvimento das crianças deve ser cuidadosamente monitorizado. Os doentes devem trazer consigo uma ampola de hidrocortisona injectável e um cartão de alerta médico, para uso em em caso de crise supra-renal.
Prognóstico
Não há cura para a AD, mas com tratamento adequado e cuidados apropriados é possível evitar a AAI sem qualquer implicação na esperança de vida. A AD é apenas um risco de vida quando ignorada.
Um resumo sobre esta doença está disponível em Deutsch (2012) English (2012) Español (2012) Italiano (2012) Nederlands (2012) Polski (2012, pdf) Russo (2012, pdf)
Informação detalhada
Público em geral
- Artigo para o público em geral
- English (2012) - Socialstyrelsen
- Svenska (2019) - Socialstyrelsen
- Deutsch (2020, pdf) - Kindernetzwerk e.V.
Guidelines
- Guias de emergência
- Français (2019, pdf) - Orphanet Urgences


Informação adicional