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Hiperplasia suprarrenal congénita por deficiência de 21-hidroxilase, forma clássica
Definição da doença
A forma clássica da hiperplasia congénita da supra-renal por deficiência da enzima 21-hidroxilase (classic 21 OHD CAH) é a forma mais comum de hiperplasia congénita da supra-renal (HAC, ver este termo), caracterizada por formas simplesmente virilizantes ou perdedoras de sal, que se podem manifestar com ambiguidade genital nas mulheres e com insuficiência supra-renal com desidratação durante o período neonatal, hipoglicemia potencialmente mortal e hiperandrogenismo, nos dois sexos.
ORPHA:90794
Nível de Classificação: PatologiaSumário
Epidemiologia
A prevalência é cerca de 1/14.000.
Descrição clínica
A forma clássica CAH 21-OHD divide-se em 2 grupos clínicos: simplesmente virilizante ou perdedora de sal (ver esses termos). Os sinais clínicos podem ser vistos no período pré-natal ou apenas ao nascimento. Meninas têm genitália ambígua (clitoromegalia, grandes lábios parcialmente fundidos e enrugados, sinus urogenital comum) e virilização que varia de uma aparência quase masculina a uma clitoromegalia mínima. Podem estar presentes diferentes graus de anomalia do desenvolvimento da vagina com útero normal. A genitália externa nos meninos é normal. Formas perdedoras de sal levam a desidratação e hipotensão arterial nas primeiras semanas de vida devido à deficiência de aldosterona. Nestes casos pode surgir atraso de crescimento, hiponatremia, hipercalemia, acidose e hipoglicemia - que pode ser fatal se não for tratada imediatamente. O hiperandrogenismo leva a uma aceleração da velocidade de crescimento e da maturação óssea (com baixa estatura na idade adulta), idade óssea avançada, pubarca prematura e puberdade precoce, acne e hirsutismo, problemas menstruais, infertilidade e distúrbios metabólicos e obesidade na vida adulta.
Etiologia
A doença é causada por mutação no gene CYP21A2 i> localizado no cromossoma 6p21 que controla a produção de cortisol e aldosterona.
Métodos de diagnóstico
O diagnóstico da forma clássica de CAH nas meninas é geralmente feito ao nascimento, quando apresentam genitais ambíguos. Fetos com CAH podem ser diagnosticados com medição dos níveis de 17-hidroxi-progesterona (17-OHP) presentes no fluido amniótico. Na maioria dos países europeus, os programas nacionais de rastreio permitem diagnosticar os casos de CAH ao nascimento.
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial inclui outras formas de HAC, síndrome dos ovários policísticos e outras doenças com excesso de androgénios.
Diagnóstico pré-natal
O teste pré-natal está disponível através da biópsia das vilosidades coriónicas, da 10 ª - 12 ª semana de gestação, ou por amniocentese da 15ª- 18ª semana com medição dos níveis de 17-OHP.
Aconselhamento genético
A CAH clássica tem um padrão de hereditariedade autossómico recessivo, o aconselhamento genético é possível.
Controlo da doença e tratamento
O tratamento pré-natal para fetos do sexo feminino, em risco de desenvolver a forma clássica da CAH clássica, é possível com a administração de dexametasona. Quando ministrada antes da 9ª semana de gestação, evita a produção excessiva de androgénios responsáveis pela ambiguidade genital nas mulheres. Se diagnosticado após o nascimento, a cirurgia com vaginoplastia é geralmente realizada nas meninas durante o 1º ano de vida. A terapia hormonal de substituição é necessária ao longo da vida para o tratamento da insuficiência supra-renal e para diminuir os níveis elevados de androgénios, levando ao normal crescimento e puberdade. A hidrocortisona é geralmente administrado em crianças como terapia de substituição de glicocorticóides (GC) (10-15 mg/m2/dia, dividido em 2 ou 3 doses) e 9-alfa-fludrocortisona para substituição de mineralocorticóide (MC). A dosagem deve ser monitorizada e modificada nos períodos de stress. Existe risco de desenvolver insuficiência supra-renal aguda (ver este termo) e outras complicações devido ao hiperandrogenismo crónico. O sobretratamento com GC pode provocar características cushingóides e o excesso de MC pode causar hipertensão arterial. É importante o acompanhamento por equipa multidisciplinar, incluindo endocrinologistas pediátricos, cirurgiões, ginecologistas e psicólogos.
Prognóstico
Com tratamento adequado os doentes deverão ter uma esperança de vida normal.
Informação detalhada
Artigo para o público em geral
Artigo para os profissionais
- Informação resumida
- Slovak (2012, pdf)
- Russo (2012, pdf)
- Orientações de prática clínica
- Español (2017)
- Deutsch (2015)
- Français (2011, pdf)
- Artigo de revisão de genética clínica
- English (2016)
Informação adicional