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Disgenesia gonadal parcial 46,XY
Definição da doença
A disgenesia gonadal parcial 46, XY (PGD 46, XY) é uma doença do desenvolvimento sexual (DDS). Associa-se a anomalias do desenvolvimento gonadal que resultam em ambiguidade genital de grau variável; desde um fenótipo maioritariamente feminino a um fenótipo quase exclusivamente masculino. Os individuos apresentam um cariótipo masculino 46, XY.
ORPHA:251510
Nível de Classificação: PatologiaSumário
Existe um documento mais recente, em Inglês, sobre esta doença
Epidemiologia
A prevalência é desconhecida.
Descrição clínica
A PGD 46, XY é caracterizada pela presença de genitais externos ambíguos com ou sem estruturas de Müller. O grau de ambiguidade genital é variável. Num dos extremos do espetro clínico encontram-se fenótipos femininos com clitoromegalia. No extremo oposto é possível encontrar fenótipos tipicamente masculinos com hipospádias isolada. Vários doentes apresentam genitais ambíguos ou micropénis grave associado a regressão completa do tecido testicular num ou em ambos os lados. O síndrome de regressão testicular embrionária (ETRS; ver este termo) é considerado uma parte do espectro clínico da PGD. De acordo com a alteração genética subjacente, os doentes podem apresentar insuficiência da supra-renal ou envolvimento renal (ou seja, tumores de Wilms ou síndrome nefrótico). Os gonadoblastomas ou os tumores de células germinativas invasoras ocorrem em cerca de 20-30% dos doentes.
Etiologia
A PGD 46, XY é uma doença heterogénea e está associada a anomalia parcial da função de ambas as células de Leydig e de Sertoli. Na etiologia destas alterações podem ser encontradas deleções ou mutações pontuais no gene SRY ou a duplicação de genes no cromossoma X, sensiveis a um efeito de dosagem génica e que são também responsáveis pela reversão sexual. A maioria das mutações no gene SRY ocorrem de novo. No entanto têm sido observados alguns casos de hereditariedade ligada ao cromossoma X. As mutações no gene do fator esteroidogénico 1 (SF-1/ NR5A1) assumem particular importância. O SF-1 é um receptor nuclear regulador de múltiplos genes envolvidos no desenvolvimento gonadal e supra-renal, na esteroidogénese e no eixo reprodutivo. Deste modo, nos doentes afetados também pode ocorrer insuficiência supra-renal. As formas sindromáticas da PGD 46, XY têm sido associadas a mutações no gene WT1. Ocorre portanto disgenesia testicular variável e um risco aumentado de anomalias renais, tumor de Wilms ou síndrome nefrótico.
Métodos de diagnóstico
O diagnóstico é feito com base nos achados clínicos e análise citogenética, estudos endócrinos, estudos de genética molecular e por vezes, métodos cirúrgicos com biópsia.
Diagnóstico diferencial
Os diagnósticos diferenciais incluem todas as formas sindrómicas de disgenesia gonadal 46, XY (por exemplo, síndrome de Frasier, displasia campomélica e DSD 46, XY com insuficiência da supra-renal; ver estes termos) e fenótipos semelhantes que podem resultar de um cariótipo 45, X/46, XY, conhecido como disgenesia gonadal mista 45, X/46, XY (MGD 45, X/46, XY; ver este termo). A ausência de uma linha celular 45, X é importante para o seguimento e prognóstico clínico.
Diagnóstico pré-natal
O diagnóstico pré-natal é possível se existir uma malformação genital suspeita através das técnicas de imagiologia técnicas de imagioncom imagiologia e se houver uma história familiar inclusiva.
Aconselhamento genético
O aconselhamento genético é obrigatório.
Controlo da doença e tratamento
O seguimento dos doentes requer o trabalho de uma equipa médica multi-disciplinar. É necessária uma avaliação psicológica e aconselhamento aos pais. A determinação do sexo social deve considerar o diagnóstico etiológico, o tamanho do pénis, as tradições étnicas, a identidade sexual e a aceitação do sexo social atribuído pelos pais. A terapia hormonal nos doentes com sexo social feminino depende da presença/ausência de útero. Na primeira situação é administrado estrogénio e progesterona a fim de induzir a menstruação. O estrogénio isolado está reservado para os casos em que não existe útero. A terapêutica com androgénios de substituição, incluindo injeções de testosterona, é fornecida aos doentes com sexo social masculino. A cirurgia deve ser equacionada e realizada antes dos dois anos de idade de forma a permitir o desenvolvimento adequado dos genitais externos e a remoção de estruturas internas inadequadas para o sexo social. A gonadectomia bilateral deve ser realizada antes da puberdade para evitar a degeneração dos tecidos disgenéticos nos doentes que crescem como sendo do sexo feminino, devido ao risco aumentado de malignidade gonadal.
Prognóstico
Através do diagnóstico precoce e do tratamento cirúrgico e hormonal individualizado podem ocorrer bons resultados, tanto a nível estético como funcional. A infertilidade está quase sempre presente.
Um resumo sobre esta doença está disponível em English (2022) Español (2022) Français (2022) Nederlands (2022) Deutsch (2011) Italiano (2011) Polski (2011, pdf) Greek (2011, pdf)
Informação detalhada
Artigos de revisão sobre a doença
- Artigo de revisão
- English (2012) - RadioGraphics


Informação adicional