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Paquioniquia congénita
Definição da doença
A paquioníquia congénita (PC) é uma genodermatose rara, predominantemente com queratodermia palmoplantar dolorosa, unhas espessadas, cistos e mucosa oral esbranquiçada.
ORPHA:2309
Nível de Classificação: PatologiaSumário
Existe um documento mais recente, em Inglês, sobre esta doença
Epidemiologia
A prevalência não é conhecida, mas cerca de 1.000 doentes foram registrados até agora em todo o mundo.
Descrição clínica
A PC apresenta-se clinicamente como um espetro de patologias. O início da PC é variável com a maioria dos casos manifestando-se logo após a nascença, outros tornando-se clinicamente aparentes somente no final da infância e raramente na idade adulta. Os primeiros sinais da doença são geralmente as unhas espessas ou dentes neonatais. Podem ser observados pelo menos 3 fenótipos de distrofia ungueal hipertrófica dos pés e das mãos: as unhas crescem com o comprimento total, mas uma hiperqueratose distal proeminente provoca uma inclinação para cima com uma curvatura acentuada da unha; o leito da unha termina prematuramente deixando uma região distal de hiperqueratose e uma ponta do dedo exposta, ou placas de unhas são finas com pouca ou nenhuma hiperqueratose. Quando as crianças começam a andar, geralmente nos primeiros anos de vida desenvolve-se uma hiperqueratose palmoplantar focal ou difusa, com formação de vesículas subjacentes que causam dor grave. Nalguns casos, o início da queratodermia não é detecado até ao final da infância. Por volta dos 12 anos de idade, a maioria dos doentes tem queratodermia plantar dolorosa. A leucoqueratose oral ocorre precocemente, pode eventualmente causar dificuldades de alimentação e deve ser distinguida da candidíase oral em recém-nascidos. A queratose folicular no tronco e extremidades pode ser vista nos pontos de atrito, como a cintura, cotovelos e joelhos. Outros achados em alguns doentes com PC incluem transpiração excessiva das palmas das mãos e das plantas dos pés devido a hiperidrose palmoplantar, esteatocistomas generalizados que aparecem durante ou após a puberdade, cistos axilares e inguinais, e rouquidão em crianças pequenas.
Etiologia
Embora historicamente tenham sido descritos dois subtipos, PC-1 e PC-2, atualmente é recomendado que os doentes com PC sejam classificados em quatro subgrupos, com base na etiologia molecular subjacente: PC-K6a, PC-K6b, PC-K16 e K17-PC, dado que a PC é causada por mutações dominantes negativas em pelo menos quatro genes [ KRT6A i>, KRT6B i> (12q13.13), KRT16 i>, KRT17 i> (17q21.2)] que codificam queratinas preferencialmente expressas nas camadas basal e suprabasal da pele palmoplantar, anexos epidérmicos e mucosa oral.
Métodos de diagnóstico
O diagnóstico é baseado no exame clínico e é confirmado por teste de genética molecular.
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial inclui variantes da PC (esteatocistoma múltiplo, que se desenvolve na puberdade com pouca ou nenhuma distrofia ungueal e queratodermia palmoplantar não epidermolítica focal; ver estes termos) e distúrbios manifestando-se como unhas distróficas, como a epidermólise bolhosa, síndrome de Clouston (distingue-se pela presença de alopecia), e doenças adquiridas como psoríase e líquen plano (ver estes termos).
Diagnóstico pré-natal
O diagnóstico molecular pré-natal é possível desde que a mutação causal seja conhecida.
Aconselhamento genético
Os dados recentes que sugerem a possibilidade da doença raramente poder ser herdada numa forma semi-dominante enfatiza a importância do diagnóstico molecular preciso para o aconselhamento genético adequado.
Controlo da doença e tratamento
Ainda não há tratamento curativo para a PC. O tratamento das manifestações incide essencialmente nno arranjo das unhas e no tratamento da dor causada pela hiperqueratose palmoplantar: inclui o uso de emolientes para reduzir a hiperqueratose e estratégias para limitar a fricção e trauma dos pés. As novas modalidades de tratamento sob investigação incluem estratégias de RNA pequeno de interferência (siRNA), o uso da rapamicina sistémica e tópica, e injeção da toxina botulínica. Estão em curso estudos clínicos com base no rastreio da biblioteca de medicamentos existentes. As complicações podem incluir infeção secundária que geralmente é bem controlada pela terapia antibiótica.
Um resumo sobre esta doença está disponível em English (2022) Español (2022) Nederlands (2022) Deutsch (2011) Français (2011) Italiano (2011) Polski (2011, pdf)
Informação detalhada
Público em geral
- Artigo para o público em geral
- Svenska (2014) - Socialstyrelsen
- English (2014) - Socialstyrelsen
Artigos de revisão sobre a doença
- Artigo de revisão de genética clínica
- English (2018) - GeneReviews


Informação adicional