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Deficiência de proteína C
Definição da doença
A deficiência congénita da proteína C é uma patologia da coagulação hereditária caracterizada por sintomas de trombose venosa profunda devido a síntese e/ou atividade reduzida dos níveis de proteína C.
ORPHA:745
Nível de Classificação: PatologiaSumário
Epidemiologia
A prevalência da deficiência grave de proteína C (formas homozigóticas ou heterozigóticas compostas) está estimada em 1/500,000. As deficiências parciais (formas heterozigóticas) são muito mais frequentes (1/200-1/500). Os homens e mulheres são igualmente afetados.
Descrição clínica
Os doentes com níveis de proteína C não detetáveis manifestam normalmente a doença várias horas a dias após o nascimento, com púrpura fulminante (ver este termo) ou trombose venosa massiva. A púrpura fulminante é uma patologia condicionando risco de vida envolvendo coagulação grave disseminada pelo corpo causando necrose dos tecidos. Os doentes com níveis baixos mas detetáveis de proteína C têm sintomas mais ligeiros em geral semelhantes aos dos indivíduos heterozigóticos. Normalmente os doentes com deficiência da proteína em heterozigotia são assintomáticos até à idade adulta. Os episódios trombóticos são principalmente provocados por outros fatores de risco como cirurgia, gravidez e imobilização. A trombose venosa profunda dos membros inferiores com ou sem embolismo pulmonar é a manifestação mais comum da doença. Pode também ocorrer trombose venosa cerebral ou mesentérica.
Etiologia
A deficiência da proteína C é causada por mutações no gene PROC (2q13-q14) que controla a produção da proteína C. A transmissão é autossómica recessiva.
Métodos de diagnóstico
O diagnóstico é baseado na quantificação dos níveis de proteína C. Os níveis de atividade de proteína C variam desde 0 a 30% em caso de deficiências graves e desde 30 a 70% no caso das deficiências parciais. Existem duas formas biológicas da doença. A deficiência tipo I é caracterizada por redução concordante da atividade da proteína C e do antigénio. Na deficiência tipo II, a atividade da proteína C é reduzida mas o antigénio da proteína C é normal. O teste molecular está disponível, mas não é necessário para o diagnóstico.
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial inclui outras trombofilias hereditárias incluindo deficiências da antitrombina e da proteína S (ver estes termos).
Diagnóstico pré-natal
O diagnóstico antenatal é possível para famílias com crianças afetadas e é baseado na identificação da mutação causal no DNA obtido por biopsia de vilosidades coriónicas.
Controlo da doença e tratamento
A administração de concentrados de proteína C e plasma fresco concentrado é crítico no tratamento inicial da púrpura fulminante neonatal. Podem ser necessários procedimentos cirúrgicos para a excisão das lesões trombóticas. Os doentes com tromboses são tratados com terapia anticoagulante (heparina, varfarina). Deve ser prestada atenção ao risco de necrose cutânea induzida por coumarina. O tratamento preventivo é indicado para casos com uma forte história familiar de doenças trombóticas, durante o período peri-parto ou peri-operatório.
Prognóstico
O prognóstico pode ser mau para os doentes homozigóticos ou heterozigóticos compostos. O prognóstico é favorável para os doentes heterozigóticos. Com o tratamento e a monitorização adequados, o risco de doença tromboembólica é marcadamente reduzido. A mortalidade pode resultar de embolismo pulmonar.
Informação adicional