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Doença de Von Hippel-Lindau
Definição da doença
A doença de Von Hippel-Lindau (VHL) é uma síndrome de predisposição para cancro familiar associada a uma variedade de tumores malignos e benignos, mais frequentemente hemangioblastoma espinhal, cerebelar e retiniano, carcinoma de células renais (RCC) e feocromocitoma.
ORPHA:892
Nível de Classificação: PatologiaSumário
Epidemiologia
A prevalência é cerca de 1/53,000 e a incidência anual ao nascimento 1/36,000. Homens e mulheres são igualmente afetados. A idade média de diagnóstico é de 26 anos (infância à 7ª década).
Descrição clínica
Os hemangioblastomas da retina são a característica mais comum (múltiplos e bilaterais em 50% dos casos). Eles são geralmente assintomáticos, mas podem provocar descolamento da retina, edema macular, glaucoma e perda de visão. Os hemangioblastomas do sistema nervoso central (SNC) são a forma de apresentação em cerca de 40% e ocorrem em 60-80% dos doentes. Frequentemente estão localizados no cerebelo, mas também no tronco cerebral e medula espinhal. São benignos mas causam sintomas através da compressão do tecido nervoso adjacente. No cerebelo estão mais associados com aumento da pressão intracraniana, dores de cabeça, vómitos e ataxia do tronco e dos membros. Os quistos renais múltiplos são muito comuns e o risco de desenvolver RCC é elevado (70%). Alguns doentes têm feocromocitomas que podem ser assintomáticos, mas podem causar hipertensão. Podem ocorrer quistos e cistadenomas epididimais (60% dos doentes masculinos), e quistos pancreáticos múltiplos (maioria dos doentes) mas os tumores de células não secretoras dos ilhéus do pâncreas só ocorrem numa minoria das vezes (cerca 10%). Os tumores do saco endolinfático (ELST) são também encontrados (até 10%) e podem causar perda de audição. Paragangliomas da cabeça e do pescoço são raros (0,5%). A idade média de diagnóstico de tumores na VHL é mais jovem do que em casos esporádicos. A variabilidade intrafamiliar marcada é descrita.
Etiologia
A doença de VHL é causada por mutações altamente penetrantes no gene VHL (3p25.3), um supressor tumoral clássico. A maioria dos casos é diagnosticada através de uma mutação germinativa.
Métodos de diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito na presença de um único tumor típico (ex hemangioblastoma do SNC ou retiniano, ou RCC) e uma história familiar positiva de VHL. Se não houver história familiar (cerca de 20% de novo), tumores múltiplos (ex. dois hemangioblastomas ou um hemangioblastoma e um RCC) são necessários para o diagnóstico. Um hemograma completo, medição de metabolitos de catecolaminas urinários, análise à urina e citologia urinária podem ser indicativos de policitemia, feocromocitoma, anomalias renais e RCC. Estudos imagiológicos podem ser usados para detetar tumores do SNC, feocromocitoma, tumores do saco endolinfático, tumores renais e quistos pancreáticos e renais.
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial inclui neoplasia endócrina múltipla, neurofibromatose, doença renal poliquística, esclerose tuberosa, síndrome Birt-Hogg-Dube e síndromes feocromocitomas-paragangliomas hereditários (ver estes termos) associados com mutações da subunidade da succinato desidrogenase (SDHB, SDHC e SDHD).
Diagnóstico pré-natal
O diagnóstico pré-natal é possível com análise molecular de amnióticos ou células das vilosidades coriónicas, se a mutação causadora da doença for identificada num membro afetado da família.
Aconselhamento genético
A hereditariedade é autossómica dominante. O aconselhamento genético deve ser oferecido..
Controlo da doença e tratamento
O tratamento requer uma abordagem coordenada e multidisciplinar. A cirurgia é o principal tratamento para tumores. A gestão deve incluir vigilância ao longo da vida (exames oftalmológicos, RMN cerebral e abdominal e testes laboratoriais). Familiares em risco devem ser inseridos num programa de triagem na infância, a menos que o VHL seja excluído por teste genético.
Prognóstico
O prognóstico depende da ocorrência de tumores múltiplos. O RCC é a principal causa de morte, seguido pelos hemangioblastomas do SNC. A esperança média de vida é estimada em 50 anos, mas a vigilância regular, deteção e tratamento precoce dos tumores podem reduzir a morbilidade e mortalidade.
Informação detalhada
Artigo para o público em geral
Artigo para os profissionais
- Informação resumida
- Greek (2012, pdf)
- Slovak (2012, pdf)
- Suomi (2012, pdf)
- Polski (2012, pdf)
- Orientações de anestesia
- Deutsch (2022)
- English (2022)
- Artigo de revisão
- English (2014)
- Orientações de prática clínica
- English (2013)
- Genética prática
- English (2011)
- Orientações para teste genético
- English (2013)
- Artigo de revisão de genética clínica
- English (2018)
- Ficha de incapacidades
- Dansk (2018)
Informação adicional