Pesquisar por doença rara
Outras opções de pesquisa
Síndrome EEC
Definição da doença
A síndrome EEC é uma doença genética do desenvolvimento caracterizada por ectrodactilia, displasia ectodérmica e fendas orofaciais (fenda do lábio/palato).
ORPHA:1896
Nível de Classificação: PatologiaSumário
Epidemiologia
A prevalência exacta não é conhecida. Foram descritos na literatura mais de 300 casos.
Descrição clínica
Os três sinais cardinais da síndrome são ectrodactilia e sindactilia de mãos e pés, fenda do lábio com ou sem fenda do palato (que pode resultar em defeitos de fala) e anomalias em várias estruturas ectodérmicas incluindo a pele (pele hipopigmentada e seca, hiperqueratose, atrofia da pele), pêlos (cabelos e sobrancelhas finos e esparsos), dentes (dentes pequenos, ausentes ou displásicos), unhas (distrofia das unhas) e glândulas exócrinas (redução/ausência das glândulas sudoríparas, sebáceas e salivares). A síndrome apresenta uma grande variabilidade clínica intra e interfamiliar: a presença dos sinais cardinais simultaneamente não é obrigatória e cada um deles pode ser expresso em diferentes graus de gravidade. Outras características clínicas associadas incluem anomalias do sistema genito-urinário (agenesia renal, atrésia da uretra, hidronefrose), surdez de condução ou neurossensorial, atrésia das coanas, hipoplasia da glândula mamária/mamilo, achados oftalmológicos (defeitos do canal lacrimal, fotofobia, úlceras de córnea, queratite, blefarite, entrópio), anomalias endócrinas (hipoplasia do timo, hipopituitarismo, défice de hormona do crescimento) e, excepcionalmente, a presença de nevo branco esponjoso, atraso do desenvolvimento psicomotor e linfoma maligno. Os doentes não têm atraso mental.
Etiologia
Em mais de 90% dos casos, a EEC é causada por mutações missense na sequência do gene TP63 i> (3q27) que codifica o factor de transcrição TP63, que é essencial para o desenvolvimento da ectoderme e dos membros. Estes casos correspondem à síndrome clássica EEC (EEC tipo 3) e parecem apresentar algum grau de correlação genótipo-fenótipo. Os outros casos correspondem a síndrome EEC tipo 1, que apresenta características clínicas associadas, tais como malformações dos pavilhões auriculares e malformações do ouvido médio e interno, e foi mapeada em 7q21. A EEC tipo 2 deixou de existir. A síndrome EEC é uma doença autossómica dominante com penetrância incompleta (entre 93 e 98%) e expressão variável.
Métodos de diagnóstico
O diagnóstico é baseado no exame clínico, raios-X dos membros e da mandíbula, e, dependendo das características associadas, ecografia renal, exames oftalmológicos e biópsia da pele. O teste genético pode confirmar o diagnóstico.
Diagnóstico pré-natal
O diagnóstico pré-natal baseia-se na ecografia durante o segundo trimestre de gravidez, que pode revelar as anomalias estruturais. A análise molecular de amostras de vilosidades coriónicas ou por amniocentese ajuda na confirmação do diagnóstico para as famílias nas quais a mutação causadora da doença foi identificada.
Aconselhamento genético
O aconselhamento genético deve ser oferecido às famílias afectadas informando-as da possibilidade de 50% que uma pessoa afectada tem de transmitir a mutação causadora da doença. Devido ao mosaicismo da linha germinal, os pais não afectados de uma criança com síndrome EEC têm um risco de 4% de ter outra criança afectada.
Controlo da doença e tratamento
A orientação é multidisciplinar e exige avaliação por ortopedistas, cirurgiões plásticos e odontológicos, oftalmologistas, dermatologistas e terapeutas da fala. A cirurgia permite a correcção das anomalias orofaciais e odontológicas e melhora a função e aparência dos membros. Para evitar complicações como cataratas e cicatrizes corneanas são necessários cuidados oftalmológicos (por exemplo, lágrimas artificiais para olhos secos). As temperaturas quentes, roupas pesadas e o exercício devem ser evitados em caso de hipoidrose.
Prognóstico
O prognóstico é bom com uma esperança de vida perto do normal. A hipoidrose (redução/ausência de glândulas sudoríparas) apresenta as complicações mais potencialmente fatais, já que pode causar convulsões, coma e eventualmente a morte, quando não gerida correctamente.
Informação detalhada
Artigo para os profissionais
- Informação resumida
- Greek (2011, pdf)
- Artigo de revisão de genética clínica
- English (2019)
Informação adicional