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Síndrome de Smith-Lemli-Opitz (SLO)
Definição da doença
A síndrome de Smith-Lemli-Opitz (SLOS) é caracterizada por múltiplas anomalias congénitas, atraso mental, e problemas do comportamento.
ORPHA:818
Nível de Classificação: PatologiaSumário
Epidemiologia
A SLOS é mais comum na Europa central e do norte com uma incidência estimada em cerca de 1/ 20,000 a 1/ 40,000 nascimentos. A doença está presente à nascença, mas pode ser detectada mais tarde na infância ou na idade adulta nas formas ligeiras.
Descrição clínica
Os doentes apresentam-se com atraso no crescimento e atraso mental. Os problemas de comportamento incluem múltiplos traços autistas, hiperactividade, comportamento auto-agressivo e pertubações do sono. As anomalias estruturais do cérebro podem incluir hipoplasia ou ausência de corpo caloso, e holoprosencefalia. A microcefalia (80% dos casos), estreitamento bitemporal, ptose, uma ponte nasal estreita, raiz nasal curta, narinas antevertidas (90% dos casos), um queixo pequeno, e micrognatia são características craniofaciais comuns. Ocasionalmente são observadas cataratas, estrabismo e nistagmo. Outras características clínicas incluem fenda do palato ou úvula bífida (1/3 dos doentes), fotossensibilidade, rizomelia e polidactilia pós-axial das mãos ou dos pés, sindactilia dos 2º e 3º dedos dos pés (95% dos casos), e polegares de implantação proximal e curtos. Nos indivíduos do sexo masculino são frequentes anomalias genitais (pénis pequeno, hipospádias, genitais ambíguos) (70% dos casos). Podem estar presentes anomalias cardiovasculares (defeitos dos septos inter-auricular e inter-ventricular, canal arterial patente, canal auriculo-ventricular). São frequentes anomalias gastrointestinais incluindo dificuldades de alimentação, refluxo gastroesofágico, estenose pilórica, má-rotação, e aganglionose do cólon.
Etiologia
A SLOS é por devida a um defeito da síntese do colesterol e é causada por mutações no gene DHCR7 (11q13.4) levando à deficiência da enzima 3 beta-hidroxisterol-delta 7-reductase que converte o 7-dehidrocolesterol (7DHC) em colesterol. A transmissão é autossómica recessiva.
Métodos de diagnóstico
O diagnóstico é baseado na detecção de níveis elevados de 7DHC no plasma ou nos tecidos. A análise de mutações confirma o diagnóstico. Os estudos imagiológicos (TC, RMN, ecocardiograma) podem ser realizados para detectar malformações.
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial inclui latosterolose, desmosterolose, síndrome de Dubowitz, síndrome da Cornelia De Lange, síndrome oculo-digito-esofago-duodenal, síndrome de Noonan, síndrome de Palister-Hall, trissomia 13 e trissomia 18 (ver estes termos) e pseudotrissomia 13.
Diagnóstico pré-natal
O diagnóstico pré-natal pode ser suspeitado na ecografia fetal e deve ser confirmado por análise do líquido amniótico ou amostra de vilosidades coriónicas, quantificação do 7DHC e análise de mutações se já tiverem sido identificadas mutações no gene DHCR7 na família.
Controlo da doença e tratamento
A orientação é sintomática e a maioria dos doentes são tratados com suplementos dietéticos de colesterol. Estão a decorrer ensaios terapêuticos que investigam o tratamento combinado com suplementação de colesterol e o inibidor da HMG CoA redutase (simvastatin). A cirurgia é proposta em caso de problemas secundários devido a malformações.
Prognóstico
O prognóstico depende da gravidade da doença e das malformações associadas. As doenças cardíacas e as malformações cerebrais podem ser letais. Alguns indivíduos sobrevivem até à idade adulta. Os indivíduos ligeiramente afectados podem ser capazes de viver e trabalhar em ambiente comunitário.
Informação detalhada
Artigo para o público em geral
Artigo para os profissionais
- Informação resumida
- Polski (2009, pdf)
- Genética prática
- English (2008, pdf)
- Orientações para teste genético
- English (2013)
- Artigo de revisão de genética clínica
- English (2020)
Informação adicional