Pesquisar por doença rara
Outras opções de pesquisa
Síndrome de microdeleção 15q24
Definição da doença
A síndrome de microdeleção 15q24 é uma anomalia cromossómica rara caracterizada citogeneticamente por uma deleção de 1,7-6,1 Mb no cromossoma 15q24 e clinicamente por atraso no crescimento pré e pós-natal, défice intelectual, características faciais distintas, e anomalias genitais, esqueléticas e digitais.
ORPHA:94065
Nível de Classificação: Subtipo de patologia- Sinónimo(s): -
- Prevalência: <1 / 1 000 000
- Hereditariedade: Não aplicável ou Desconhecido
- Idade de início: Infância
- CID-10: Q93.5
- OMIM: 613406
- UMLS: C3697269
- MeSH: -
- GARD: -
- MedDRA: -
Sumário
Epidemiologia
A prevalência da síndrome de deleção 15q24 é desconhecida. Até à data, foram descritos 19 casos com dados clínicos e mapeamento detalhado dos pontos de interrupção genómicos.
Descrição clínica
Ao nascer, cerca 1/3 dos doentes apresentam atraso de crescimento intra-uterino. Em 20% dos casos estão descritas dificuldades de alimentação e atraso de crescimento. Na idade escolar, 30% mostram atraso de crescimento e baixa estatura e 17% obesidade. A deficiência da hormona do crescimento (GH) pode estar presente. Os sintomas precoces mais comuns são: atraso no crescimento, dificuldade de alimentação e características faciais distintas (rosto comprido com cabelo de implantação alta, epicantus, hipertelorismo, inclinação inferior fendas palpebrais, sobrancelhas extensas e raras, ponte nasal larga e/ou deprimida, filtrum labial longo, boca pequena e com lábio inferior proeminente). A maioria dos doentes (90%) tem deformidades digitais (proximalmente implantados e/ou hipoplasia do polegar, clinodactilia, braquidactilia, sobreposição dos dedos, sindactilia dos dedos do pé, mãos pequenas). 60% têm complicações ósseas (hiperlaxidão articular e escoliose), hérnias, bem como hipotonia. São comuns anomalias oculares (nistagmo e estrabismo). Anomalias do pavilhão auricular são frequentes, mas variáveis (orelhas grandes, pregas no lóbulo da orelha, pavilhões auriculares antevertidos e orelhas em abano). Anomalias genitais são comuns em homens (60%). Todos os doentes apresentam atraso global do desenvolvimento ligeiro a moderado. Perturbações do neurodesenvolvimento e comportamento como o autismo, hiperatividade, agressividade e défice de atenção são descritos em 37% dos casos. Cerca 50% dos doentes têm alterações cerebrais por ressonância magnética (MRI). Quase 40% têm uma história de infecções recorrentes. Infecções do ouvido médio recorrentes podem ser um fator predisponente à perda de audição (25%). A microcefalia não é frequente (20%). Outras malformações congénitas, embora raras, podem ser graves e incluem malformações cardiovasculares, hérnia diafragmática congénita, atresia intestinal, ânus imperfurado e mielomeningocelo (ver estes termos).
Etiologia
A síndrome é causada por uma microdelecção com dimensão de 1,7-6,1 Mb no cromossoma 15q24, que geralmente resulta de recombinação homóloga não alélica (NAHR). A menor região de sobreposição (SRO) estende-se por uma região de 1,2 Mb, incluindo vários genes candidatos que podem predispor a muitas das características clínicas: CYP11A1, SEMA7A, CPLX3, ARID3B, STRA6, SIN3A i> e CSK i>.
Métodos de diagnóstico
Os arrays CGH de oligonucleotídeos (aCGH) com confirmação por hibridação fluorescente in situ i> (FISH) detectam a maioria das deleções de 15q24. Os cariótipos são tipicamente normais.
Diagnóstico diferencial
Os diagnósticos diferenciais incluem outras síndromes genéticas, particularmente monossomias 22q11, síndrome de Prader-Willi e síndromes Noonan (ver estes termos).
Diagnóstico pré-natal
A deleção de 15q24 pode detectar-se em amostras de líquido amniótico ou vilosidades coriónicas. Como o cariótipo de rotina não é suficiente para detectar a deleção, deverá ser realizado aCGH.
Aconselhamento genético
A deleção ocorreu de novo i> em todos os doentes descritos em que os pais foram estudados. O aCGH dos pais e/ou estudos por FISH são recomendados para um aconselhamento genético preciso.
Controlo da doença e tratamento
A intervenção deve ser multi-disciplinar. O médico de cuidados de saúde primários e o geneticista clínico um papel crucial no rastreio, vigilância e tratamento. No diagnóstico, recomenda-se ecocardiograma, testes auditivos, oftalmológicos e de neurodesenvolvimento. O crescimento e a alimentação devem ser monitorizados.
Prognóstico
O prognóstico é variável e depende da gravidade e da extensão das malformações congénitas.
Informação detalhada
Artigo para o público em geral
Artigo para os profissionais
- Informação resumida
- Greek (2012, pdf)
- Polski (2012, pdf)
- Artigo de revisão
- English (2012)
- Artigo de revisão de genética clínica
- English (2012)
Informação adicional