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Beta-talassemia
Definição da doença
A beta-talassemia (BT) é marcada por deficiência (B+) ou ausência (B0) da síntese da cadeia da beta globulina da proteína hemoglobina (Hb).
ORPHA:848
Nível de Classificação: PatologiaSumário
Existe um documento mais recente, em Inglês, sobre esta doença
Epidemiologia
A prevalência é desconhecida mas a incidência ao nascimento da forma grave é estimada em 100,000/ano. A doença foi inicialmente descrita na bacia Mediterrânea mas as formas graves de BT ocorrem ao longo do Médio oriente, sudeste da Ásia, Índia e China. A migração populacional tem levado a uma distribuição da doença.
Descrição clínica
Foram descritos três tipos de BT. 1) talassemia menor (BT-menor) é a forma heterozigótica e normalmente assintomática. 2) talassemia maior (anemia de Cooley; BT-maior) é forma homozigótica e está associada com anemia microcítica e hipocrómica resultante de diseritropoiese e hemólise. Também está presente esplenomegalia. A apresentação ocorre dos 6-24 meses de idade. A anemia grave necessita de transfusões sistemáticas para manter os níveis de Hb dentro dos 90-100g/L e permite atividade normal. A transfusão de concentrados de glóbulos vermelhos resulta em excesso de ferro que dificulta o prognóstico vital (por envolvimento cardíaco) e causa morbidade significante (por manifestações endócrinas e hepáticas). 3) talassemia intermédia (BTI) engloba cerca de 10% de formas homozigóticas da doença com numerosas formas heterozigóticas compostas. O grau de anemia na BTI é variável, mas é menos grave e é diagnosticada mais tarde do que BT-major. Os doentes com BTI podem ou não necessitar de transfusões ocasionais. Podem ocorrer hiperesplenismo, litiase biliar, hematopoiese extramedular, complicações trombóticas e carga excessiva de ferro progressiva.
Etiologia
A transmissão é autossómica recessiva e foram identificadas cerca de 200 mutações (B0 ou B+).
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico de BT baseia-se na análise de Hb por electroforese ou HPLC. Na BT-menor, os níveis de Hb A2 estão aumentados e os níveis de Hb estão normalmente com pseudopolicitemia microcítica e hipocrómica.
Aconselhamento genético
O aconselhamento genético é recomendado para mutações características, cuidados paliativos para as crianças afetadas e, em alguns casos, para diagnóstico pré-natal.
Controlo da doença e tratamento
Existem duas linhas de tratamento para BT. 1) uma combinação de transfusões e quelantes (deferoxamina parenteral precoce e regular tem levado à sobrevivência nos últimos 30 anos). A administração oral de quelantes ativos de ferro e vigilância do excesso de ferro nos tecidos por MRI poderá provavelmente resultar em melhoramentos futuros mas é necessário o seguimento a longo prazo para avaliar o impacto na morbidade e mortalidade. Em 2006, deferasirox obteve autorização de comercialização da EU como um medicamento Órfão para o tratamento de BT. Apesar das propriedades cardioprotectivas, a autorização de comercialização para deferasirox é restricta a casos em que o tratamento com deferoxamina falha ou é contraindicado. 2) O transplante de células estaminais hematopoiéticas é o único tratamento curativo para BT: os resultados são muito favoráveis para crianças com dadores familiares idênticos de HLA.
Informação detalhada
Artigo para o público em geral
Artigo para os profissionais
- Informação resumida
- Greek (2011, pdf)
- Suomi (2011, pdf)
- Guias de emergência
- Español (2017, pdf)
- Français (2014, pdf)
- Artigo de revisão
- English (2010)
- Deutsch (2012)
- Orientações de prática clínica
- Deutsch (2016)
- Français (2008, pdf)
- Artigo de revisão de genética clínica
- English (2018)
- Ficha de incapacidades
- Français (2020, pdf)
Informação adicional